06 junho, 2017

MENSAGEM DO AUTOR CARLOS ARINTO LIDA DURANTE A APRESENTAÇÃO DAS ANTOLOGIAS SUI GENERIS NA CASA BÔ

Nesta fotografia, o momento em que li a mensagem enviada por Carlos Arinto


SAUDAÇÃO AOS PARTICIPANTES.
EXORTAÇÃO!


Participo nas quatro antologias que agora são editadas pelo Isidro Sousa, nas suas edições Sui Generis.
Impossibilitado de estar presente, por motivos profissionais e pessoais, quero lançar um repto a todos os autores: “os presentes e os ausentes” continuem a escrever!
Escrever é um acto de coragem e uma prova de vida. Se o fazemos bem, com qualidade, se temos importância ou somos apenas nós... que alguém se pronuncie, pois não são questões que devam preocupar quem escreve.
Temos de procurar colocar em palavras – em texto, em narrativa, em poesia, em conto ou romance – o que somos, o que experimentamos, o que vivemos, se possível com a ousadia de caracterizar uma época, uma realidade e um tempo, com as reflexões que nos colhem os pensamentos.
Esperando que outros nos leiam.
Esperando que o tempo possa ser juiz e sentença.
Esperando que sobrevivamos, em gerações futuras, em prazer de outros leitores, que nos possam descobrir e ler.
Esperando que as antologias sirvam para mostrar que existimos e que fazemos Portugal.

Não tenhamos a veleidade de sermos escritores, nem poetas, mas apenas artesãos da escrita.
Saúdo a coragem de quem edita, nos tempos difíceis em que vivemos (numa onda de livros e de edições que não chegam ao mercado) onde faltam leitores e poder de compra.
Por isso, abençoados os que insistem em editar em papel.
Benditos os que continuam a escrever no papel e a ler no papel.
E a fazer obra! Mais do que a sonhar, a fazer!
Porque escrever é fazer arte, história, sonho, magia.
É registar em fragmento o etéreo, a alma e a eternidade.
É manipular a palavra para dela extrair o supremo.
A todos os que colaboram nas antologias agora em apresentação quero expressar uma solidariedade de caminho em que gostaria de ser companheiro, amigo e confidente.
Irei ler a todos e a todos agradecer os momentos de reflexão e de deleite que certamente não deixarão de me proporcionar, mesmo que discorde do que escrevem ou considerar que são muito diferentes – até opostos – de mim. (no formato, no estilo e no pensamento)
A diversidade é uma riqueza e no contraste existe a criação e o belo.
Se quiserem criticar os meus contos e textos, ou emitir opinião, façam-no! Todos serão bem-vindos e a todos responderei com os argumentos que puder colher para que em conjunto todos e cada um possamos ser os que se preocupam, os que escrevem, os que fazem.
Aprendendo uns com os outros e sendo voz de portugueses, brasileiros ou africanos, interessados em trabalhar e engrandecer a língua portuguesa, na riqueza do seu vocabulário, mas também nas fecundidades dos rios de imagens e histórias que cristalizam o hoje, na escrita em coletivo.

CARLOS ARINTO

04.06.2017



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